Nenhuma novidade que o dólar influencia diretamente o preço dos vinhos importados, afinal, todas as importações, em qualquer moeda, de qualquer origem, quando apresentada a Declaração de Importação os valores são convertidos para o dólar e aplicadas as devidas taxas para o pagamento dos impostos de nacionalização. Mas quais são os efeitos reais? Como o mercado reage a essas variações?
Em 2014, a média da moeda americana foi de R$ 2,54 \ dólar, de forma nominal, ou seja, sem a influência da inflação sobre os valores. A moeda variou 11% ao ano, chegando em 2019 a uma média de R$ 3,94 \ dólar. Em 04 de agosto de 2020, chegamos nos R$5,36 \ dólar. Como repassar toda esta variação aos estabelecimentos comerciais e aos consumidores? Eles estarão dispostos a pagar mais? Sabemos que estamos vivendo em um momento de incerteza e de “vacas magras”, principalmente no canal de bares e restaurantes, que representa quase 10% da venda de vinhos no Brasil.
A solução encontrada pelos importadores foi repassar os preços para as marcas mais tradicionais e consolidadas no mercado e buscarem produtos mais em conta na hora de importar. Segundo dados da Ideal Bi, o preço médio das importações em 2014 era U$ 37,2 (caixa com 12 garrafas) e hoje, despencando para U$27,2. Isto significa que estamos ofertando vinhos de menor curso, de menor qualidade, a um preço maior.
Neste cenário, quem está tirando vantagem são os produtores brasileiros, que obtiveram, nos cinco primeiros seis meses de 2020, um incremento de 50% da comercialização de vinhos finos e 39% nos vinhos de mesa De acordo com o mesmo levantamento realizado pela Ideal Consulting a importação também cresceu 8% impulsionada pelos E-commerce e supermercados, mostrando que o mercado brasileiro de vinhos está em ebulição e o vinho é a bebida da pandemia.
Fonte: @EducaVinhos